Foi um passeio organizado pelo Clube SEMLIMITES, de Pombal, com a imprescindível colaboração do nosso amigo ROGÉRIO, que proporcionou um excelente e inolvidável fim de semana no Algarve, nos dias 29 de Abril a 1 de Maio de 2006.
A concentração estava prevista para o Sábado de manhã, numa rotunda assinalada na zona de Altura - Algarve, ficando a deslocação até lá à responsabilidade individual dos participantes. No entanto, um grupo de praticantes da modalidade que preferiam a deslocação colectiva, combinaram a saída de Pombal na sexta-feira, à tarde, pelas 20H00, prevendo-se a chegada ao destino, cerca das 24H00. Este grupo, como não podia deixar de ser, constituía-se pelo TINTAS, pelo TÓ e PATRÍCIA, pelo DAVID e um amigo "dorminhoco", pelo PEDRO da Guia e o seu cunhado, também numa viatura Patrol e finalmente por mim, com a família.
Assim, à hora marcada, juntaram-se as "tropas" no lugar habitual, junto à Sede do Clube e depois da convencional saudação arrancámos em direcção ao Sul. Entretanto já o TÓ saíra no seu mercedes, que iria trocar em Lisboa pelo Pajero de um amigo, devendo juntar-se à caravana em Almeirim. Estava aí prevista a primeira paragem para reabastecimento. Não das viaturas, mas sim dos nossos "depósitos" que apresentam um consumo bem mais elevado que o dos veículos.
Na proximidade deste local, dado o adiantado da hora, concluiu-se que o melhor seria adiar esta diligência, pelo que só viemos a encontra o TÓ, já numa estação de serviço abaixo de Lisboa.
Com o cortejo completo e os GPS's (só eu levava dois instalados!!!!) em funcionamento preparámo-nos para a fase final do percurso, ou seja, esgotámos as cervejas que ainda restavam na arca portátil e pusémo-nos em marcha, rumo às terras algarvias, onde nos aguardava PACIENTEMENTE o Rogério.
Percorridos alguns quilómetros, chegámos a Mértola, todos em fila "pirilau" como não podia deixar de ser, com o nosso inabalável guia (TINTAS) à frente. Após umas voltas complicadas numa das rotundas daquela localidade, seguimos ordeiramente para o que julgávamos o melhor caminho para Sul.
Alguns metros depois, a "menina" do meu Tom-Tom, iniciou uma "lengalenga" que se resumia à frase: "SAIA NA PRÓXIMA SAÍDA E VOLTE PARA TRÁS". Como ela "falava muito mal" gramaticalmente, com pleonasmos e tudo, e o nosso guia já era experiente "batedor" nas estradas portuguesas rumo aquelas paragens, onde tem inclusivamente uma casa, concluí que não havia razão para acreditar em "vozes femininas" que nem me haviam sido apresentadas!!!. Deste modo, limitei-me a seguir o guia. Uns quilómetros passados, a "vozinha" calou-se, desistindo e provavelmente chamando-me todos os vitupérios possíveis no seu chipezinho electrónico (e não deviam ser poucos, porque o cartão de memória tem um Giga de capacidade). No entanto, (há sempre um mas...), no monitor do GPS iniciou-se uma arrepiante sequência de “calle isto, calle aquilo, calle aquele outro” ao sinalizar as ruas por onde circulávamos. Ora, como a coisa não “callava” nada bem aquela hora da manhã, resolvemos parar e verificar a nossa posição. Eu, na minha “doutorada sapiência” (traduza-se avançada burrice), consultei novamente o “infiel Tom-Tom” que humildemente me apontou uma estrada em construção, como sendo o melhor percurso para regressarmos ao trajecto previsto. Cheios de orgulho nos nossos conhecimentos ;) lá enveredámos por aquela “avenida” em terra batida, acelerando na esperança de chegarmos depressa ao aconchego dos colchões que nos aguardavam. Porém, à medida que progredíamos no terreno, a avenida estreitava passando a rua, depois a vereda e finalmente encontrámo-nos numa vielazinha que terminava num percurso sinalizado com uma placa (imagine-se... 4X4). Após algumas peripécias interessantes, lá se fez a inversão de marcha e no regresso, depois de passarmos por um charco que segundo a minha “santinha Natália” devia estar congelado, pois não apresentava rastos de passagens anteriores. Convém dizer que a temperatura ambiente rondaria os 23 graus centígrados. Tínhamos passado anteriormente pela parte superior da estrada que devido às obras encontrava-se desnivelada!!!. Tudo isto seria extremamente divertido, não fora o minúsculo pormenor de serem quase 4 horas da manhã e as viaturas apresentarem o depósito de combustível com rigorosa semelhança à minha carteira, quando se aproxima o fim do mês... Ou seja, quase “nas lonas”. Chegados, novamente, a Mértola, parámos num terreno largo, na berma, onde depois de profunda conferência concluímos pela imprescindível necessidade de trasfegar combustível entre os veículos. O meu, como tem um depósito razoável, tinha o suficiente para o resto do percurso. O Pajero do TÓ, como abastecera à saída de Lisboa, estava ainda quase cheio e a carrinha do DAVID, provavelmente pela sua mecânica, apresentava a indicação de meio depósito.
À prióri, estava o problema resolvido. Bastava arranjar uma mangueira e retirar de um para outro. Mas... e encontrar uma mangueira àquela hora “da matina”?!. Como já diz o ditado “ a sorte protege os audazes”, apareceram por ali 3 “ovelhas tresmalhadas”, provavelmente saídas do último copo de alguma discoteca próxima e, quais bons samaritanos, lograram descobrir num dos quintais da vizinhança um pedaço de mangueira com a qual amavelmente nos presentearam, enquanto nos confortavam com a informação de que as próximas bombas de combustível, abertas àquela hora, ficavam somente em Vila Real de Santo António. Agradecidos e já antecipando a prossecução da viagem, aproximámo-nos dos depósitos para rapidamente concluirmos que o que frequentemente nos deixa completamente descansados (as grelhas de protecção e filtros existentes na tubagem), constituíam, agora, o mais desesperante entrave à operação “abastecimento”. Mas, como um praticante da modalidade atrapalhado é pior que um “polícia bêbado”, lá juntámos ideias, apetrechos, ferramentas e há que desapertar os bojões das viaturas, sacando o gasóleo para uma garrafa de água previamente esvaziada e aberta para o efeito. O nosso bom “TINTAS” lá se sacrificou e enquanto tomava um banho de combustível sob a carrinha do DAVID, lá foi arranjando o suficiente para reabastecer os “mais necessitados”.
Após este PEQUENO contratempo, finalmente dirigimo-nos para o nosso destino onde chegamos pelas 06H30 da manhã. É verdade!!! Não esfregue os olhos nem limpe os óculos. Não se enganou a ler, nem eu a escrever!!! Eram mesmo 06h30 da manhã. Se acha que esta descrição já vai longa e monótona, não desespere. Pense só no pobre do nosso amigo ROGÉRIO, que inabalável e pacientemente nos aguardava no mesmo local em que deveríamos ter chegado, pela meia-noite. GRANDE ROGÉRIO. O teu lugar no Céu está seguramente guardado e só espero que Deus tenha tanta paciência a esperar por ti, como tu tiveste por nós!!!
No dia seguinte, depois de uma concentração de muitas viaturas, demos início a um magnífico passeio por trilhos da Serra do Caldeirão, com vistas espectaculares, que nos ocuparam o tempo. À noite, fomos surpreendidos com um excelente jantar na praia de Segura, onde um grupo de folclore composto por amigos do ROGÉRIO, abrilhantou aquilo que já só por si, parecia impossível de melhorar.
O passeio prosseguiu no dia seguinte, com uma visita ao santuário dos flamingos, que adivinhando o carisma dos visitantes, resolveram prudentemente, irem eles próprios em expedição a outras paragens. O jantar foi servido no melhor restaurante do Algarve, a servir rodízio de peixe, bem regado com excelentes vinhos e aperitivos que conduziram às inevitáveis ... Não digo! Eu também estava assim, por isso esqueci-me...
No último dia, apesar de um ligeiro percalço com a anulação da reserva que antecipadamente fizéramos para o almoço, em Alcoutim, acabámos por comer uma hiper-deliciosa sopa de carne servida em ambiente completamente caseiro, onde os incansáveis ROGÉRIO e sobrinho TINTAS, se esmeraram na ajuda aos proprietários para nos proporcionarem um final de passeio magnífico.
Durante estes dias, muitas outras peripécias cómicas e divertidas aconteceram, mas isto não pretende ser nenhuma obra literária ou best-seller, pelo que vou terminar por aqui com um publico agradecimento ao ROGÉRIO, que faz o favor de condescender em aceitar-me como amigo, pelo enorme esforço que despendeu para nos proporcionar este divinal fim de semana e ao DAVID que nos acolheu principescamente na sua residência.
Agradeço, também, a todos os participantes que me aturaram e que uma vez mais demonstraram privilegiar o convívio em detrimento de quaisquer contratempos que pudessem surgir. A todos eles o meu OBRIGADO.