As espécies cinegéticas existentes na zona dos Biscoitos, são:
Destas, algumas encontram-se sob regime de protecção especial, como é ocaso das galinholas, narceja e pombo torcaz. Estiveram quase extintas na ilha Terceira, mas graças às precauções tomadas, já é habitual a presença permanente dos pombos-torquaz, nas matas.
A galinhola, apesar de ser considerada ave migratória, nidifica e reproduz-se nesta zona, mas mesmo assim é a espécie mais ameaçada presentemente, tal como a narceja, cujos hábitos são semelhantes.
Relativamente ao pombo da rocha, é muito abundante junto ao litoral e nos terrenos adjacentes. Quase nunca é caçado, pois a sua carne é muito dura.
O coelho bravo é sem dúvida a espécie mais abundante, chegando a constituir uma "praga" para os agricultores e lavradores da região. Dada a quase ausência de predadores e a permanente existência de campos verdejantes, o coelho encontra ali o habitat ideal para a sua constante proliferação. Assim, o calendário venatório naquela zona é diferente do restante país. Há uma parte, junto à orla marítima, onde é permitida a caça durante todo o ano.
Ainda pela mesma razão e com o intuito de ajudar no controlo da reprodução do coelho, são permitidos vários tipos de caça, alguns interditos noutros locais. São estes:
Este género de caça é o que requer maior habilidade e paciência, pois o caçador terá que conhecer os terrenos e tomar as precauções necessárias para não ser detectado pelo animal, até à sua aproximação. Aqui o caçador actua sempre sozinho.
É a caça geralmente em grupo. Isola-se uma determinada área do terreno, dispondo-se os caçadores nos locais de maior probabilidade de fuga dos coelhos e aguarda-se que os cães encontrem os rastos e persigam a peça até à passagem junto do caçador.
No essencial é semelhante à anterior, havendo, no entanto a possibilidade de fazer sair das tocas, os coelhos que conseguem furtar-se aos cães. Para tal, metem-se nos buracos os furões e aguarda-se nas proximidades da saída. Como os solos são de natureza vulcânica, os túneis e buracos são imensos, proporcionando ao coelho muito maiores probabilidades de fuga, do que à primeira impressão se julga. Nestes casos a imobilidade dos caçadores é essencial.
Nesta forma de caça, não se utiliza a espingarda. Os coelhos são afugentados para as luras pelos cães, sendo de seguida introduzido o furão, no buraco. Todos os orifícios de saída são tapados com redes, que irão imobilizar o coelho, quando se enrolar nelas. Aqui é necessário que as covas ou tocas sejam pequenas e todas as saídas conhecidas.
Em algumas épocas e a título excepcional, chega a ser autorizada a caça com farolim (durante a noite). Como facilmente se deduz, a caçada é nocturna, fazendo-se com um farolim na cabeça, devidamente alinhado com o ponto de mira da espingarda. Este é, talvez, o género de caçada que proporciona maior apresamento de peças, apesar de também ser na generalidade, praticado solitariamente.