Situa-se a Nordeste da Ilha Terceira, freguesia rural das mais notáveis devido à sua riqueza vinícola e perspectivas várias.
Enquanto na temporada invernosa se mostra fria, desabrigada e árida, nos meses quentes prima pelo calor e ridente aspecto.
Não há documentos que nos indiquem a data exacta da sua fundação, mas por tradição sabemos que é uma das mais antigas da Ilha e que era pertença de duas famílias nobres: Cantos e Pamplonas, sendo esta última espanhola que viera fugida para Portugal na altura da colonização desta Ilha.
Ao tempo de Pero Enes do Canto os Biscoitos eram um morgado, chamava-se Biscoito Gordo por a sua terra ser muito fértil ou de Materramenta pois foi um homem desta alcunha o primeiro possuidor dela.
Toda plantada de vinhas e pomares, a mais fresca coisa deste género que havia na Ilha Terceira. Cento e vinte e cinco anos mais tarde, os Biscoitos eram o lugar de vinha mais extenso em toda a Ilha. De lá tiravam os melhores vinhos e se faziam grandes quantidades de águas ardentes.
Alves da Silva, anotou que ao inverso de quase todas as freguesias da Ilha, apenas os Biscoitos tinham 3 Km de extensão entre as freguesias limites, sendo certo que foi ainda menor esta extensão no principio, pois a distância de cerca de 500 metros desde a Ribeira de Pamplona até ao lugar conhecido pela Cruz do Marco pertencia à Freguesia dos Altares.
No ano de 1673 o Bispo D. Frei Lourenço de Castro ordenou que os habitantes dos Altares que moravam além da Ribeira de Pamplona ficassem habitantes dos Biscoitos.
Explica-se o pequeno cumprimento desta freguesia pela circunstância de outrora ter sido a sua população toda aglomerada para Sul. A antiga igreja ficava a 1500 metros a Sul da actual Igreja de S .Pedro no local denominado as Igrejinhas.
O lugar dos Biscoitos apenas ascenderia a freguesia após a morte de Pero Enes do Canto ocorrida em Junho de 1556.
1. ASSOCIAÇÕES
1.1. CULTURAIS
1.1.1. FILARMÓNICAS
SOCIEDADE FILARMÓNICA PROGRESSO BISCOITENSE
Foi fundada em 17 de Fevereiro de 1935 (?). O seu fundador foi o Pe. Aníbal.
Era constituída por cerca de trinta elementos, hoje possui cinquenta e um.
Reúnem-se semanalmente, e apoiam-se no valor pago pelos sócios através de quotas anuais de cerca de mil e quinhentos escudos, no rendimento do bar e nalgumas dádivas.
Tem por objectivo: tocar o melhor possível, estimular o gosto pela música, estimular os jovens a participarem nela, reformular o repertório, criar uma orquestra com sopros, corda e coro a curto prazo, sair a outros locais da ilha e se possível, no futuro, a outras ilhas.
O Coro estreou no dia 25 de Junho com vinte e quatro elementos, apresenta-se de preto e branco, sendo as roupas dos próprios.
A população tem aderido bem a este projecto.
Actualmente possuem um repertório com trinta peças de música.
Festejam o seu aniversário no dia 29 de Junho, dia de S. Pedro.
Em sessenta anos de existência já trajaram cinco fardas, sendo a actual composta por: calça preta, camisa branca e casaco branco.
Tocam em touradas e até possuem uma praça de toiros adquirida com dinheiro da Sociedade.
Participaram na criação da Filarmónica de Santa Beatriz das Quatro Ribeiras.
Participam periodicamente nas festas religiosas e profanas desta freguesia, bem como nas freguesias vizinhas.
O seu instrumental foi comprado em segunda mão a uma banda militar em 1989, mas a Secretaria da Educação e Cultura recentemente forneceu-lhe instrumentos novos.
SOCIEDADE RECREATIVA DO BAIRRO DE S.PEDRO DOS BISCOITOS
Fundada em 1958, por um grupo de músicos saídos da primeira, e então, única filarmónica existente. O facto de já possuírem sede, bem como a grande adesão das pessoas a este projecto, facilitou a sua fundação.
Possuíam, nesse tempo, o instrumental emprestado. A primeira actuação foi em Setembro, sendo a farda inicial constituída por: calça branca, camisa branca e casaco preto. Desde então já conheceram quatro fardas, actualmente vestem calça preta, camisa branca e casaco cor-de-vinho.
Era constituída por vinte e cinco músicos, incluindo os aprendizes, hoje conta com vinte e seis elementos.
Apoia-se no rendimento do bar e nas quotas anuais dos sócios, cerca de mil e quinhentos escudos por cada.
Ensaiam semanalmente, actuam em festas religiosas e profanas sempre que solicitados.
Apesar de contar com o apoio da população, nota-se, no entanto, a falta de interesse, principalmente dos jovens, no ingresso na filarmónica.
O primeiro presidente foi João Coelho, actualmente preside o Sr. Manuel J. Laranjo.
1.1.2. FOLCLORE
GRUPO FOLCLÓRICO DOS BISCOITOS
Fundado em 17 de Sembro de 1992.
Possui um direcção própria, embora tenha sido iniciativa da Junta de Freguesia. É composto por vinte e cinco elementos, sendo sete tocadores.
Ensaia semanalmente e conta com várias actuações na ilha. Já possuem o traje mais comum que é composto por saia de lã, avental, galochas e lenço e aguardando o de chita e o de capote e capelo,
Contam com o apoio da Junta de Freguesia.
A maior dificuldade está na falta de assiduidade dos elementos, o que prejudica grandemente os ensaios.
1.2. RELIGIOSAS
As irmandades do Espírito Santo, são um conjunto de pessoas que trabalham durante todo o ano para tornar possível a realização dos Bodos, festas em Honra do Divino Espírito Santo, que se realizam o 7º. e no 8º. Domingo a seguir ao Domingo de Páscoa. Durante os festejos são distribuídos à população pão, vinho e carne. Nos Biscoitos há duas irmamdades: IMPÉRIO DO BAIRRO DE S.PEDRO, IMPÉRIO DO CAMINHO DO CONCELHO
AGRUPAMENTO 793 DO CORPO NACIONAL DE ESCUTAS
Criado em 31 de Maio de 1984, possuía sessenta e dois elementos, actualmente, possui quarenta, incluindo os Chefes.
Não tem apoios, mas é bem aceite pela comunidade.
O seu primeiro Chefe dirigente foi o Sr. Manuel Ourique, actualmente é dirigido pelo Sr. Luís Gomes Fernandes.
Participam em missas, acampamentos e festas. Contam já com uma deslocação ao Pico.
Reúnem semanalmente em Concelho de Agrupamento.
Estão divididos em: lobitos, exploradores, pioneiros, caminheiros e chefes.
Possuem sede própria no Largo Francisco Maria Brum.
Têm como padroeira Nossa Senhora de Fátima
1.3. DESPORTIVAS
FUTEBOL JUVENIS
ANDEBOL
1.4. SOCIAIS
CASA DO POVO DOS BISCOITOS
Funciona num polivalente construído em 1980 com o apoio do Governo.
Possui cerca de duzentos sócios que pagam uma quota quase simbólica.
Aqui estão instalados os serviços do Centro de Prestações Pecuniárias de Angra do Heroísmo, a farmácia, os serviços de materno-infantil e saúde, o Centro de Dia e Apoio Domiciliário.
Apoia-se no subsídio da Segurança Social e na renda paga pela utilização do espaço da farmácia.
Tem desenvolvido acções viradas para a formação profissional, bem como para os campos da cultura e do desporto.
CENTRO DE DIA E APOIO DOMICILIÁRIO
Criado em 1992, presta apoio a trinta famílias, contando com quatro pessoas acamadas, prestam serviços de limpeza em onze residências e fazem vinte e seis refeições diárias. Os utentes pagam 5% da sua pensão por cada serviço prestado, a refeição custa 250$00, tem três funcionárias.
Possui viatura própria para o serviço.
2. PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO E PAISAGISTICO
2.1. PATRIMÓNIO RELIGIOSO
2.1.1. IGREJAS
IGREJA DE S.PEDRO
Em meados do Século XVII a freguesia aparece como paróquia de S. Pedro do Porto da Cruz. O templo inicial foi destruído pelo sismo de 1980. Os paroquianos juntaram-se na tentativa de angariar fundos para a sua reconstrução, no que foram bem sucedidos.
Optou-se, devido ao estado em que se encontrava o antigo edifício, pela construção de uma igreja nova. Construção que só foi possível graças à boa vontade das pessoas do Bairro de S. Pedro, que mesmo com as suas casas parcialmente destruídas, colaboraram em festas, bazares e arrematações, solicitaram apoio de familiares emigrantes e contribuíram com o seu trabalho, tanto na obra propriamente dita como através da criação de gado para posterior venda.
A primeira pedra foi benzida em 18 de Julho de 1982 e a sua inauguração foi em Junho de 1983 com a presença do Senhor Bispo D. Aurélio Granada Escudeiro.
Do edifício que foi destruído faziam parte pedras trabalhadas pertencentes à primeira igreja dos Biscoitos que existiu no lugar denominado as Igrejinhas
Tem onze catequistas que ensinam as dez classes de catequese existentes.
O seu grupo coral é composto por cerca de vinte elementos, incluindo o tocador. Já receberam convites para cantar em outras paróquias, realizam passeios como por exemplo ao Monte Brasil.
Das festas tradicionais desta igreja realiza-se ainda: a procissão de São Sebastião no segundo domingo da Páscoa, uma procissão de velas em Outubro, no Verão há missa solene e procissão em louvor do padroeiro, S. Pedro, bem como, na terça-feira da festa, um bodo de S. João, com procissão e benção do pão.
IGREJA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
No ano de 1954 o Bispo D. Manuel achou por bem a construção de uma nova igreja. Inicialmente estava para se situar na Canada de S. Sebastião, devido a "políticas" da freguesia foi construída no Caminho do Concelho. Em 24 de dezembro de 1960 colocou-se a primeira pedra. Foi realizada a primeira missa no dia 25 de Dezembro de 1964 às 00H00 por autorização do Bispo de Angra e dos Açores, D. Manuel Afonso de Carvalho. Teve como celebrante e pregador o Pe José de Lima de Amaral Mendonça, com a igreja repleta de fieis. Foi abençoada e inaugurada pelo bispo da diocese em 27 de Maio de 1965.
As principais festas religiosas desta igreja são: A procissão do Senhor Morto na Sexta-Feira Santa, procissão do Corpo de Deus, procissão de Nossa Senhora de Fátima em Maio. Em Junho festeja-se o aniversário da Sociedade Progresso Biscoitense com a procissão do seu padroeiro, S. Pedro, seguindo-se um bodo de brindeiras de massa sovada. Integrada na Festa de Setembro ocorre a procissão em louvor do Imaculado Coração de Maria.
É gerida por uma comissão formada por seis elementos masculinos e seis elementos femininos.
Têm a seu cargo a organização dos vários peditórios, a limpeza e manutenção do edifício. Costumam organizar um bazar pelo Natal.
O seu grupo de catequese lecciona a dez classes contando para isso com quinze catequistas
Possui um grupo coral composto por vinte elementos, embora este, normalmente, só actue nas festas e oriente os cânticos nos domingos. Recebem, por vezes, convites para cantar em outras igrejas.
2.1.2. ERMIDAS
São do conhecimento geral todas as ermidas edificadas nos Biscoitos embora algumas já estejam destruídas, como é o caso da Ermida de S. Sebastião, da Vera Cruz e de Nossa Senhora da Nazaré.
ERMIDA DE NOSSA SENHORA DO LOURETO
Mandada construir por Pedro Enes do Canto em 1556. Com um só altar, onde estava a imagem da Virgem e hoje praticamente destruída, situa-se na Canada da Obra no Bairro de S. Pedro. Pertence a particulares, o que dificulta a sua recuperação.
ERMIDA DE SÃO SEBASTIÃO
Anexa à residência que Francisco Maria Brum mandou edificar em1892. As imagens do Orago são Nossa Senhora das Necessidades, o Espírito Santo, Santo António, S. José e S. Francisco de Assis
ERMIDA DO ESPÍRITO SANTO
A ermida do Espírito Santo remonta a mais de dois séculos e é privativa da residência Brum. Mandada edificar por Matias Silveira, em 1761.
ERMIDA DE SANTO ANTÓNIO
Construída em 1690 pelo Alferes José Dinis Ormonde, natural da Ilha do Corvo, que encontrou a imagem flutuando num caixote perto de pedras entre o mar dos Biscoitos e Quatro Ribeiras. Na época liberal, de 1830 a 1833, estacionou nos Biscoitos o Batalhão de voluntários da Rainha D. Maria III. Estes arrombaram a ermida e lançaram ao mar a imagem do Santo. Foi recuperada pelo Capitão Francisco Ormonde, mas ficou profanado o templo até 1874, ano em que foi novamente reparada. Actualmente, pertence à paróquia e ainda conserva a mesma imagem. É nesta ermida que se realiza a Festa de Santo António integrada na Festa do Porto.
Sobre esta imagem conta-se a lenda de que por mais de uma vez foi levada para a igreja, mas que misteriosamente voltava ao seu lugar.
ERMIDA DE SANTA CATARINA
Situada na Rua dos Boiões, está praticamente em ruínas, pertence a particulares. Mandada construir por Gonçalo Alvares Pamplona, natural do Reino de Navarra, que ali instituiu cabeça de morgado e de onde descende a família de Alexandre Martins Pamplona. Tem só um altar.
2.1.3. ORATÓRIOS
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - RUA LONGA
Foi iniciativa de um grupo de professores do ensino primário que leccionavam nos Biscoitos. A construção do nicho e a aquisição da imagem foram pagas pelo paroquiano Agostinho Coelho Ferreira. Foi inaugurada em 13 de Maio de 1964.
NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - LARGO DA CAPARICA
Foi iniciativa do Movimento Cruzados de Fátima do Bairro de São Pedro e contou com o apoio financeiro da Junta de Freguesia. Foi inaugurada em 1994.
2.1.4. IGREJINHAS
Lugar onde se situou a primeira igreja dos Biscoitos. No local podem ver-se vestígios da edificação, bem como ossadas dos cadáveres ali sepultados.
O lugar é montanhoso, estando coberto de pastagens.
Conta a lenda que esta zona foi vítima de frios intensos, vendo-se os seus habitantes na necessidade de se deslocarem para uma região mais baixa, próxima do mar. Para isso, foram encorajados por uma voz que lhes dizia "Mais para baixo"
2.2. PARTICULAR
2.2.1. MORADIAS
2.2.2. MOINHOS
2.3. NATURAL
2.3.1. PISCINAS
A costa do mar dos Biscoitos é quase toda rasa e muito brava. É dotada de uma boa zona balnear que juntamente com o bom verdelho e a acolhedora forma de receber dos Biscoitenses, tornam os Biscoitos a mais pitoresca estação de veraneio dos terceirenses.
Em 1969 aproveitou-se a disposição natural da costa norte para se construir uma piscina, uma vez que o mar é limpo e sereno. Desde então já foram preparados vários lugares de banho, entre os quais: CALHETA DO FERRO, ABISMO, CANTO MARIA CALDEIRA, FONTE DAS POMBAS, CALHETA DOS LOGADOUROS.
2.3.2. MIRADOUROS
MIRADOURO DA RUA LONGA
Construído pela Junta de Freguesia em 1992 com o apoio das Secretarias Regionais do Turismo e Ambiente e Agricultura e Pescas.
Fica situado acima da Santinha na Rua Longa, com entrada para automóveis junto ao caminho velho.
Avista toda a freguesia até ao mar exceptuando a zona da Fonte.
MIRADOURO DA SANTA CRUZ
Comvista para a freguesia até ao mar exceptuando-se as zonas da Rua Longa e Biscoito Bravo.
2.4. CHAFARIZES
Sobre aspectos da vida biscoitense do século XIX, ainda vale a pena referir que esta freguesia era aformoseada com muitas e boas casas, com boas estradas cortadas a macadame, abastecida com doze chafarizes públicos na Caparica, Outeiro, Bairro de S. Pedro, Largo da Igreja, Biscoito Bravo, Rua Longa, Canada do Caldeiro, Cancela, Rua dos Boiões e Caminho do Concelho junto à Canada do Caldeiro. A água vinha da Fonte do Rego de Água, Fonte do Gaiteiro e Fonte do Vimieiro.
Por altura do sismo de 1980 assistiu-se ao desaparecimento de alguns chafarizes. Os existentes servem actualmente para ornamentação e são os seguintes: CHAFARIZ DA RUA LONGA, CHAFARIZ DA CANCELA, CHAFARIZ DA CANADA DO CALDEIRO, CHAFARIZ DO CAMINHO DO CONCELHO
2.5. MILITAR
FORTE DE S.PEDRO
Pequeno forte construído em cascalho e argamassa que reveste toda a sua muralha e parapeito. As canhoneiras são do mesmo material, mas com reforço decantaria nos cunhais. Possui três bocas de fosso. A sua construção é atribuída a data anterior a 1581.
Beneficiou de obras de restauro da iniciativa da Junta de Freguesia.
FORTE DA RUA LONGA
A sua construção é do Séc. XVI, talvez do tempo de Ciprião de Figueiredo em 1581. Tinha por objectivo a defesa da Baia do Rolo, do desembarque de forças inimigas.
TRINCHEIRAS
A trincheira do "Outeiro dos Lagadouros" é um monumento da II Grande Guerra. Foi usada pela segunda companhia do Batalhão de Infantaria nº. 77, comandada pelo Capitão Duarte, na defesa da costa dos Biscoitos.
Foi construída unicamente em cascalho basáltico possuindo dois acessos nos extremos. Podia estar equipada com metralhadoras ligeiras e pesadas ou morteiros.
3. PATRIMÓNIO CULTURAL
3.1. FESTAS PROFANAS
FESTA DO BAIRRO DE S.PEDRO
Realiza-se na última semana de Julho, fazem parte do programa, no sábado iluminação e abertura das festas, no domingo missa solene e procissão de S. Pedro; na segunda feira tourada à corda na Rua Longa; na terça feira o bodo de S. João com missa, procissão e benção da massa sovada; na quarta feira tourada à corda na Rua da Igreja. Durante a semana há iluminação à noite, com bazar e música.
FESTA DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
Realiza-se no fim de Setembro à semelhança da Festa do Bairro de S. Pedro. No sábado há a abertura das festas, por vezes com rainha, desfiles de filarmónicas, etc.. No domingo realiza-se a procissão antecedida de missa solene; na segunda e na quarta feira há tourada no Largo Francisco Maria Brum; a terça feira é o dia do bodo de leite, normalmente com bailhinhos e desfile de carros alegóricos. Nas noites da festa há as actuações de grupos musicais, iluminação e bazar.
FESTA DO PORTO
Realiza-se junto ao Porto dos Biscoitos no domingo a seguir à Festa do Imaculado Coração de Maria e é organizada pelos pescadores. De manhã há a missa de Santo António na respectiva ermida, seguindo-se a procissão e benção das embarcações. Por volta das 14 horas há vacada na praça, pertencente à Sociedade Progresso Biscoitense, e finalmente a tourada à corda. É uma festa que junta muita gente de toda a ilha, emigrantes em férias e visitantes. Fazem-se pic-niques e encontram-se os amigos.
3.2. FESTAS RELIGIOSAS
BODOS
Nos Biscoitos ainda se realizam os Bodos do Espírito, embora já não tenham a importância que rodeava. Muitas pessoas ainda recordam que há poucos anos, a tarde do bodo era passada no Largo a ouvir a filarmónica tocar no coreto. Faziam-se arrematações das ofertas feitas ao Divino, conversava-se com os amigos e bebia-se vinho.
Hoje poucas pessoas vão ao Largo. Só, talvez, para ouvir tirar o pelouro.
BODO DE S.PEDRO
Realiza-se em Junho, junto com a Festa da Sociedade Filarmónica Progresso Biscoitense. À tarde a Imagem de S. Pedro é trazida em procissão da sociedade para a Igreja, onde se realiza a missa, após a qual são bentos a massa sovada e o vinho que serão distribuídos.
BODO DE S.JOÃO
Realiza-se no Bairro de S. Pedro, integrado nas festas. É um bodo de brindeiras de massa sovada.
3.4. COSTUMES E TRADIÇÕES
A MATANÇA
Antigamente a matança era da seguinte forma: No Domingo picava-se a cebola e preparavam-se todos os utensílios necessários para a realização do acto.
No dia seguinte pela madrugada chegavam todos os vizinhos, familiares e convidados, bem como o marchante que era responsável pela morte do porco. tomava-se o pequeno almoço constituído pelo café da matança com queijo, pão caseiro, e inhames. Seguidamente ia-se buscar o porco. Depois de morto era escaldado com água a ferver e era chamuscadocom oobjectivo de se lhe tirar o pelo, sendo depois lavado com areia. Quando estava limpo abria-se e retiravam-se as tripas para um alguidar, para serem lavadas.
Depois do almoço os homens ficavam a jogar às cartas e as mulheres preparavam as morcelas para o jantar, enquanto as raparigas novas iam convidar os vizinhos para virem ver o porco e serviam figos e aguardente.
À hora da ceia vinham os ranchos provar a morcela.
Na Terça Feira desmanchava-se o porco e preparavam-se as salgadeiras. Derretia-se o molho de fígado, entrebanhas e os torresmos de toucinho. Punha-se ainda em vinho e alhos a carne destinada às linguiças.
Na Quarta Feira e último dia, derretiam-se os restantes torresmos, e enchiam-se as linguiças.
Actualmente a matança é realizada por poucas pessoas, normalmente ao fim de semana. Há na mesma o pequeno almoço e o almoço tradicionail, mas mata-se e desmancha-se o porco no mesmo dia. É tudo mais rápido e por vezes mais económico.
BRINDEIRA À PORTA
Era costume antigo, no dia de cozer o pão, pôr à porta um brindeira que seria levada pela primeira pessoa que passasse. Dizia-se que ajudava a encontrar coisas que estivessem perdido.
A DESFOLHADA
Na altura da desfolhada juntavam-se os vizinhos e familiares. Eram serões animados com cantigas e bailaricos. Faziam-se também jogos como o das Socas (se o milho era vermelho, quem o desfolhava teria que dar um abraço em quem estivesse a seu lado, se era roxo significava um beliscão, enquanto que amarelo era um beijo).
Durante a desfolhada comia-se milho cozido.
FERRADURA ATRÁS DA PORTA
Usava-se muito para dar sorte e fazer face a invejas e maus olhados. Hoje quem usa fá-lo por tradição ou como objecto decorativo.
Para o mesmo servia a tesoura aberta para afugentar os espíritos.
3.5. HISTÓRIAS E CONTOS
JUSTIÇA DA NOITE
Fizeram coisas boas, outras más. Os habitantes mascaravam-se e actuavam em todo o tipo de situações que não fossem correctas, por exemplo casos de adultério, maus tratos, e outros que pela sua natureza escapavam mais impunemente à acção dos tribunais.
Em 1761, precisamente no dia 22 de Novembro, começaram os tremores de terra e continuaram, com muita frequência, até 14 de Abril. No dia 17 do mesmo mês pela manhã rebentou o fogo por debaixo do chão, arrojando a terra até ao sítio do Mistério Velho, correndo a freguesia o risco de ser inteiramente incendiada. Nesse Mistério houve, em 21 de Abril uma explosão na distância de uma légua do lugar do fogo. Esta segunda explosão demorou oito dias, levando ao ar um pavoroso estampido de pedra de extraordinária grandeza. A freguesia ficou deserta porque todos abandonaram as suas casas, levando o que puderam. Os párocos mudaram o Santíssimo Sacramento para a Igreja das Quatro Ribeiras. Ninguém morreu porque todos tiveram tempo para se porem a salvo.
Nos primeiros tempos a água das fontes daqueles sítios, tinha um ardor como o da malagueta.
Em 1980 iniciou-se o ano com um terrível sismo de grau sete na escala de Richer. Morreram quatro pessoas e foram muitos os desalojados, que tiveram de se abrigar em carros, tendas e casas de familiares.
ORIGEM DA FESTA DO ESPÍRITO SANTO
Parte desta freguesia foi vítima da lava de uma vulcão que reduziu a cinzas quase todos os terrenos, ficando intactos os que pertenciam a D. Violante do Canto, que sendo muito devota do Divino Espírito Santo, o invocou e prometeu que os foros a que tinha direito seriam destinados a honrá-lo, se os seus terrenos não fossem atingidos. Deu-se então o estranho caso do fogo descrever várias curvas contornando os seu terrenos sem lhes causar dano algum.
Contam que o fogo só se apagava quando em procissão o povo se aproximavacom as insígnias do Divino Espírito Santo.
Assim tiveram origem, nesta freguesia, as Festas do Divino Espírito Santo, que ainda hoje se realizam.
CANADA DA SALGA
Diz a tradição que o seu nome vem do tempo da dominação filipina. Quando invadiram a freguesia travou-se um combate tão violento que o sangue correu de forma a tornar-se necessário espalhar sal, para se evitar a peste.
4. INFRAESTRUTURAS
JUNTA DE FREGUESIA DOS BISCOITOS
Tem a sua Sede no Edifício Polivalente de Serviços, situado no Largo Francisco Maria Brum, funcionando às Segundas, Quartas e Sextas, das 19 às 21 horas.
Tem por principal objectivo procurar meios que possibilitem a melhoria das condições de vida da população desta Freguesia, bem como zelar pelas infra-estruturas já criadas.
Actualmente tem por Presidente o Sr. Manuel do Couto Fagundes.
Telef: 98230
Fax: 98038
4.2. ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O abastecimento de água é feito, maioritariamente pela rede pública, estando abrangidos todos os principais arruamentos da freguesia.
No gráfico seguinte podemos observar o abastecimento de água às residências habituais:
4.3. ESGOTOS
C/retrete no alojamento Fora do alojamento Sem retrete
4.4. HABITAÇÃO
Segundo dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, referentes ao recenseamento efectuado em 1991, existem nos Biscoitos 691 edifícios, sendo o total de alojamentos familiares 694 e um total de 401 alojamentos.
Não existem barracas nem outros alojamentos familiares não clássicos.
4.1. ALOJAMENTOS FAMILIARES OCUPADOS COMO RESIDÊNCIA
HABITUAL, SEGUNDO O TIPO DE INSTALAÇÕES EXISTENTES
4.5. ELECTRICIDADE
Dos quatrocentos e um alojamentos familiares ocupados como residência habitual apenas um não possui instalação eléctrica.
4.6. ESCOLAS
ESCOLA PREPARATÓRIA DOS BISCOITOS
Abriu ao público no ano lectivo de 83/84 a 14 de Setembro. Tinha, então, 118 alunos e leccionava apenas ao 1º. e 7º. ano.
Funcionava com 13 professores, 3 administrativos e 6 auxiliares, actualmente possui 433 alunos, 47 professores, 6 administrativos e 17 auxiliares, leccionando do 1º. ao 9º. ano.
Tem capacidade para cerca de 800 alunos.
Abrange os alunos desde a Freguesia da Vila Nova até à Freguesia das Doze Ribeiras.
ESCOLA DO ENSINO BÁSICO DA CAPARICA
Edificada em 1972, funcionava com uma professora que leccionava da 1ª. até à 4ª. Classe.
O horário era compreendido entre as 8H00 e as 18H00, dividindo-se em dois turnos escolares
À semelhança da Escola do Ensino Básico da Ponta Negra, possui apenas uma sala de aula.
Actualmente possui apenas nove alunos da 3ª. e 4ª. Classes, com um horário entre as 9H00 e 15H.
ESCOLA DO ENSINO BÁSICO E JARDIM DE INFÂNCIA DOS BISCOITOS
Possui um total de setenta e seis alunos de ambos os sexos distribuídos pelo Jardim de Infância, 1ª., 2ª., 3ª. e 4ª. Classe.
Trabalham nesta escola quatro professores, uma educadora de infância e duas auxiliares de educação.
Tem o apoio da Secretaria Regional da Educação e Cultura, dependendo da Câmara Municipal para a manutenção do edifício.
Funciona entre as nove e as quinze horas.
Existe nesta escola uma participação assídua dos pais no programa escolar.
ESCOLA DO ENSINO BÁSICO DA PONTA NEGRA
Construída em Janeiro de 1972, lecciona da 1ª. à 4ª. Classe, inicialmente funcionava com quarenta e quatro alunos e uma professora. Actualmente tem 20 alunos, dois professores e um auxiliar.
Possui uma única sala de aula com 40m2.
4.7. SERVIÇOS
POSTO DOS CORREIOS
Aberto desde Fevereiro de 1996, da segunda à sexta-feira das 8 ás 12 horas e das 13 às 16:30.
Dispõe de todos os serviços habituais numa estação de Correios, desde encomendas, selos, recebimento de pagamentos de electricidade e telefones, pagamento de pensões, etc.
Funciona no Polivalente de Serviços, no Largo Francisco Maria Brum.
FARMÁCIA
Entrou em funcionamento, no edifício da Casa do Povo, em Janeiro de 1989. Pertence à Santa Casa da Misericórdia e possui um funcionário a residir nesta freguesia.
Serve, também, as freguesias dos Raminho, Altares e Quatro Ribeiras.
POSTO DA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA
O posto foi aberto ao público em 1992 com dois policias ali a prestarem serviço. Tem por objectivo servir a população, não tanto através da manutenção da ordem, visto esta freguesia ser, ainda, muito pacifica, mas sobretudo na prevenção de crimes como o furto.
Funciona das 9hOO até às 22HOO, no edifico Polivalente de Serviço, no Largo Francisco Maria Brum. É bem aceite pela população, embora esta não tenha recorrido muito aos seus serviços. Pertence ao Comando de Angra do Heroísmo e dispõe de uma motorizada.
4.8. ABASTECIMENTO DE COMBUSTIVEIS
Esta freguesia possui um posto de abastecimento de combustíveis, situado no Caminho do Concelho junto à Canada Brás da Silva. Sendo o único existente entre a Freguesia de Santa Bárbara (Concelho de Angra do Heroísmo) e a Freguesia das Lajes (Concelho da Praia da Vitória).
5. ACTIVIDADES ECONÓMICAS
5.1. ALUMINIOS
CARPINTARIA
VINHOS
Em que altura se teria encetado a cultura da vinha nesta ilha? Nenhum escrito existe, pelo menos ao nosso alcance, capaz de responder a esta pergunta, é de presumir que tenha vindo com o trigo e outros produtos indispensáveis ao sustento dos primeiros povoadores. A cepa do verdelho aparece como a mais antiga. Em tempos, era tal a abundância de vinho que, por exemplo, em 1649 nos Biscoitos trocou-se uma pipa por cinco cavalas e um tostão. Uma nova videira aqui se introduziu em 1870, quando os Biscoitos atravessavam uma fase depenúria no sector agrícola.
Eram terras mortas que Francisco Maria Brum converteu em fontes de riqueza graças à vitoriosa jornada de vitalização e alargamento vinícola. O primeiro pé de nove décadas já o tempo destruiu existindo ainda o segundo pé de vinha na Canada da Salga.
5.2. AGRICULTURA
5.3. COMÉRCIO
São vários os estabelecimentos comerciais existentes na freguesia, entre os quais dois mini-centros comerciais, várias vendas tradicionais, e alguns botequins.
5.4. SERVIÇOS
RESTAURANTES
TÁXIS
5.5. PESCAS
O Porto de Pesca dos Biscoitos é frequentado por dez barcos de pesca artesanal. Sendo as técnicas mais utilizadas: a do anzol, rede e cofre.
As espécies predominantes são: o goraz, o congro e a garoupa.
(Se pretender informações mais concretas sobre a pesca, consulte a página específica)
5.6. CRIAÇÃO DE GADO
6. POPULAÇÃO
6.1. POPULAÇÃO RESIDENTE NOS VÁRIOS RECENSEAMENTOS
A Densidade Populacional (Hab/Km2) é de 51,2, a terceira mais baixa do Concelho da Praia da Vitória.
6.2. POPULAÇÃO RESIDENTE, POR SEXO E GRUPOS ETÁRIOS
6.3. POPULAÇÃO RESIDENTE, POR SEXO, SEGUNDO A INSTRUÇÃO
A Taxa de Analfabetismo é de 14%.
6.4. EMPREGO
A Taxa de Desemprego é de 3,4%, sendo a Taxa de Actividade de 30,2%.